
De 10 a 21 de novembro, o Brasil sediará a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30, o maior evento global dedicado às negociações sobre mudanças climáticas. A conferência será realizada em Belém, capital do estado do Pará, no coração da Amazônia, e terá duração de 12 dias. Este será o primeiro evento do tipo sediado em uma cidade amazônica, destacando a importância da região para o equilíbrio climático global.
Segundo a Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, “a COP30 será um marco para reforçar o papel do Brasil como líder na agenda climática global, e o evento é uma oportunidade para o país demonstrar ações concretas”.
O que é a COP30
A sigla COP significa “Conference of the Parties” (Conferência das Partes, em inglês) e refere-se às reuniões anuais dos países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), criada em 1992 durante a Eco-92, no Rio de Janeiro. A 30ª edição reunirá líderes mundiais, cientistas, diplomatas, empresas e organizações da sociedade civil para discutir e propor soluções contra o aquecimento global e seus impactos. O evento é um espaço crucial para avaliar o progresso das metas climáticas internacionais e negociar acordos multilaterais.
Por que a escolha de Belém-PA
A cidade foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda em 2022, durante a COP27, no Egito, e oficializada em 2023, na COP28, em Dubai. A decisão “reflete o compromisso do Brasil em posicionar a Amazônia como protagonista no debate climático, destacando sua importância como o maior reservatório de biodiversidade e regulador climático do planeta”.
Qual o significado para o Brasil sediar esta COP
Segundo Thiago Felix, da CNN, “a realização da COP30 em Belém do Pará representa, para o Brasil, uma oportunidade de protagonismo no cenário global de combate às mudanças climáticas. A conferência tem o potencial de impulsionar uma transformação estrutural no país, principalmente no bioma amazônico, apontando para um desenvolvimento econômico e social mais sustentável. Ao sediar o evento, o Brasil ganha visibilidade internacional para apresentar suas iniciativas de preservação ambiental e liderar as discussões sobre soluções inovadoras para os desafios climáticos, desde a preservação da Amazônia até a transição energética, setor em que o país é referência mundial”. Mas, para especialistas, a COP30 precisa significar, acima de tudo, pontuar questões globais, tornando o Brasil uma peça-chave para o enfrentamento das mudanças climáticas.
Thelma Krug, ex-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), afirma “tenho sido muito enfática em dizer: nós não vamos falar da nossa floresta, nós vamos falar das florestas tropicais do mundo todo, porque todas estão vulneráveis. Acho que é esse o recado que o Brasil vai dar também, porque ele entende que é uma COP planetária. Não, não é uma COP apenas do Brasil”.
Objetivos da COP30
Tem como principal objetivo avançar nas negociações globais para conter o aumento da temperatura média do planeta em 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, conforme estipulado pelo Acordo de Paris, assinado em 2015. Entre as metas específicas para 2025, destaca-se a apresentação da segunda rodada das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês), que são os planos de ação climática de cada país. Esses compromissos devem ser mais ambiciosos que os anteriores, refletindo a urgência de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE).
Onde será
O local escolhido é o Hangar Centro de Convenções e o Parque da Cidade, em Belém, que estão sendo preparados com investimentos de cerca de R$ 4,7 bilhões do governo federal, incluindo recursos do BNDES e da Itaipu Binacional. A cidade espera receber mais de 60 mil participantes, entre chefes de Estado, delegações de 193 países, ONGs, ativistas ambientais e representantes do setor privado. A infraestrutura de Belém vem sendo ampliada para o evento, com obras como o Parque da Cidade, que abrigará as negociações oficiais, e a Vila dos Líderes, um complexo de 500 quartos que será convertido em sede administrativa estadual após a conferência. Apesar dos esforços, desafios como a oferta de hospedagem – atualmente limitada a 18 mil leitos – estão sendo enfrentados com soluções como o uso de navios de cruzeiro e parcerias com o setor privado.
Esperamos que os membros do governo e ONGs ambientalistas não venham a falar mal do Brasil, denegrindo nossa imagem perante o planeta! Acredito que haverá um grande embate entre os “defensores do meio ambiente” e o agronegócio do Brasil. Veremos!
