Projeto Corta-Fogo

Resumo

O uso indiscriminado do fogo, seja na zona rural ou urbana, representa uma das ameaças mais persistentes e danosas ao meio ambiente e à saúde pública. Essa prática intensifica a emissão de gases de efeito estufa, agrava o aquecimento global e ocasiona danos severos e, muitas vezes, irreversíveis à fauna, à flora e à qualidade do solo, além de gerar riscos diretos à segurança das populações. Consciente da gravidade do problema e de sua dimensão multidisciplinar, o Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI), por intermédio do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (CAOMA), estruturou e vem coordenando, em parceria com o IBAMA, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH), o Corpo de Bombeiros Militar, o Batalhão de Policiamento Ambiental, a EMATER, a FETAG e órgãos municipais, o Projeto Corta-Fogo.

Essa iniciativa traduz-se em uma ação integrada que combina educação ambiental, fiscalização efetiva e capacitação técnica. No meio urbano, são promovidas campanhas direcionadas a proprietários de imóveis, enfatizando a proibição do uso do fogo para limpeza de terrenos, em consonância com a legislação vigente e com os impactos nocivos dessa prática. Já no meio rural, o foco recai sobre a orientação a agricultores quanto à queima controlada — procedimento permitido pela lei, mas condicionado a licenciamento ambiental e à observância de medidas preventivas rigorosas, de modo a impedir a propagação descontrolada do fogo.

O projeto também se destaca por seu caráter territorialmente estratégico: por meio de levantamentos técnicos de focos de calor, são identificadas comunidades e áreas classificadas como pontos críticos de queimadas. Nesses locais, ocorrem reuniões de campo que incluem palestras, distribuição de materiais educativos e a formalização de compromissos com líderes comunitários e produtores rurais para adoção de práticas preventivas sustentáveis.

Implicação Climática

Ao reduzir de forma  direta a incidência de queimadas, o Corta-Fogo não apenas previne desastres ambientais, mas fortalece a resiliência ecológica do Estado, protegendo áreas de preservação permanente, minimizando a degradação do solo, preservando a biodiversidade e evitando emissões expressivas de CO₂. Com isso, consolida-se como um instrumento estratégico do MPPI no enfrentamento das mudanças climáticas e na promoção de um modelo de desenvolvimento ambientalmente equilibrado.

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